quarta-feira, 29 de junho de 2011

As evidências circunstanciais da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos são fortes demais para serem ignoradas

O Sepulcro Vazio


Estou convencido que muitas pessoas — tanto crentes quanto não crentes — ainda não compreendem como a ausência do corpo do Senhor pode possivelmente ser prova de uma ressurreição sobrenatural. E, como estamos perto do período da "Páscoa" e milhões de pessoas procurarão estar presentes em alguma igreja para compensar a falta de fervor religioso acumulado em mais um ano, este artigo deve ser pontual. Coloquei "Páscoa" entre aspas porque, na verdade, trata-se de uma festa pagã que se incorporou ao Catolicismo Romano e foi usada como um substituto para as comemorações judaicas da Passagem, dos Pães Ázimos e dos Primeiros Frutos — todas celebradas em três dias consecutivos durante a primeira semana do ano novo judaico. Deus pretendia que essas comemorações fossem "tipos" do futuro Messias e foram todas cumpridas à risca como "antítipos" na morte, sepultamento e na ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Mas como poderia a mera ausência de um corpo ser tão impressionante ao ponto de inspirar fé naqueles que viram o túmulo vazio? Por que a justificativa dada pelos principais sacerdotes e pelos fariseus de que os discípulos roubaram o corpo não recebeu crédito do povo? A resposta pode surpreendê-lo, mas o túmulo não estava realmente vazio!

Para refrescar nossa memória, precisamos rever as seguintes passagens das Escrituras, tomadas dos registros dos Evangelhos:

"E, vinda já a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José, que também era discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse dado. E José, tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol, e o pôs no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande pedra para a porta do sepulcro, retirou-se. E estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro. E no dia seguinte, que é o dia depois da Preparação, reuniram-se os príncipes dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos, dizendo: Senhor, lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três dias ressuscitarei. Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia, não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro. E disse-lhes Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes. E, indo eles, seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra." [Mateus 27:57-66].

"Chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José; o qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha; e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro." [Marcos 15:43-46].

"E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo, que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimatéia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus; esse, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol, e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto... E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas. E acharam a pedra revolvida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galiléia, dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso." [Lucas 23:50-53; 24:1-12].

"Depois disto, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então foi e tirou o corpo de Jesus. E foi também Nicodemos (aquele que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis de um composto de mirra e aloés. Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer, na preparação para o sepulcro. E havia um horto naquele lugar onde fora crucificado, e no horto um sepulcro novo, em que ainda ninguém havia sido posto. Ali, pois (por causa da preparação dos judeus, e por estar perto aquele sepulcro), puseram a Jesus. E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos." [João 19-38-42; 20:1-9].

Esses registros paralelos foram escritos por homens distintos e contêm fragmentos vitais de informação que precisamos juntar para obtermos uma imagem completa do que aconteceu durante aquele período turbulento de tempo. Conforme atentamos cuidadosamente para a terminologia exata, descobriremos por que "o outro discípulo" do Evangelho de João (que a maioria dos estudiosos acredita ser o próprio João) teve apenas de ver a evidência para crer que o Senhor tinha verdadeiramente ressuscitado dentre os mortos! O que ele viu que foi tão convincente? Lembre-se que afirmei no início do artigo que o túmulo não estava realmente vazio — os lençóis de linho foram deixados para trás. A forma como essas vestimentas foram encontradas é a chave para entendermos o que passa geralmente despercebido na leitura casual da narrativa. Porém, antes de tudo, permita-me apontar que existiam lençóis — no plural. Observe que no verso 7 do relato de João, acima, o lenço é descrito como algo distinto dos demais lençóis — portanto a pluralidade não existe entre o lenço e outra vestimenta, no singular. A razão pela qual quero chamar sua atenção para isso é o chamado "Santo Sudário" — que a Igreja Católica afirma ser a vestimenta fúnebre de Jesus Cristo. De acordo com o que aprendi sobre o ritual de sepultamento dos judeus, diversas faixas de linho eram usadas para envolver o corpo, e não apenas uma única peça de roupa, como no caso do "Sudário". Dependendo da posição social e da riqueza do indivíduo sepultado, muitos quilos de aromas caros eram usados para "embalsamar" o corpo (daí a etimologia da palavra) e eram intercalados entre as diversas faixas de linho enroladas no cadáver. Nesse caso em particular, Nicodemos trouxe "quase cem arráteis" de aromas — os quais, segundo a tradição, indicam que o Senhor pesava cerca de 90 quilos, pois a aproximação era supostamente de um arrátel de aromas para cada dois arráteis de peso corporal. As faixas eram enroladas no corpo até o pescoço e a peça final, o lenço, era envolvido na cabeça — no estilo de uma "múmia", talvez devido a um costume de sepultamento aprendido séculos antes durante o cativeiro de Israel no Egito. [Nota: Um arrátel equivalia a aproximadamente meio quilo.].

Portanto, a cena que os visitantes do túmulo presenciaram foi um embrulho de faixas de linho e especiarias, menos o corpo! Além disso, a cobertura da cabeça ainda estava intacta, mas a alguma distância do resto — dando ainda mais evidência de uma ressurreição sobrenatural. O senso comum era todo o necessário para reconhecer o óbvio, e até mesmo a pessoa mais ignorante seria capaz de compreender o que aconteceu. Entretanto, como autênticos filhos do demônio, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus não permitiram que esse discreto detalhe os impedisse de divulgar uma "explicação plausível", conforme vemos na seguinte passagem:

"Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galiléia, e lá me verão. E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, dizendo: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje." [Mateus 28:10-15].

A ação tomada pelos soldados claramente indica que eles estavam atemorizados. Os soldados romanos que deixavam escapar aqueles que estavam sob sua guarda assumiam o lugar do prisioneiro ou eram sumariamente executados no local! "Dormir no serviço" não era tolerado, a não ser que outro soldado permanecesse acordado como sentinela. Dessa forma, o fato de os oficiais judeus oferecerem uma explicação alternativa, um suborno (aparentemente alto) e uma promessa de intervirem caso Pilatos descobrisse a verdade, diz muito acerca da realidade do que aconteceu. Não houve qualquer abalo nas relações entre esses governantes e os romanos, portanto nenhuma outra explicação, exceto uma ressurreição sobrenatural, será suficiente para explicar por que eles foram tão longe para encobrir a verdade.

Ainda assim, a palavra se espalhou em Jerusalém e nas cercanias como fogo. Sabemos que foi assim por causa do verso 15 de Mateus 28, acima, e por um comentário feito pelo apóstolo Paulo no livro dos Atos dos Apóstolos, quando discursou diante do rei Agripa:

"Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto." [Atos 26:26].

A evidência da ressurreição e o subseqüente aparecimento do Senhor aos seus discípulos transformou aqueles homens de covardes temerosos em gigantes da fé — fielmente proclamando a verdade de Jesus Cristo por todos os cantos. As pessoas não mudam tão radicalmente sem terem testemunhado algo estupendo — e isso é algo que os céticos deveriam considerar seriamente quando são tentados a desmentir os fatos. "Não está aqui, mas ressuscitou." [Lucas 24:6] — Glória a Deus!!

Autor: Pr. Ron Riffe
Tradução: Eduardo Perez Neto
Data da publicação: 16/7/2003

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